Não é de hoje que nosso Colégio luta contra o preconceito e estimula práticas educacionais inclusivas tendo como objetivo principal o respeito à diversidade. Este ano, a professora Ana Floripes Berbert Gentilin foi a vencedora do Prêmio Nacional Paratodos de Inclusão Escolar, com o projeto Identidade vs Preconceito. Ela representou nossa comunidade escolar.
As atividades do projeto começaram a ser desenvolvidas há quatro anos. Foi quando, nosso colégio recebia novos estudantes com diagnósticos de síndrome de Down, Transtorno de Conduta e Transtorno do Espectro Autista. Neste momento, a professora Ana Floripes, juntamente com as Equipes Pedagógica e Diretiva começaram a discutir formas diferenciadas de organizar o trabalho pedagógico para contemplar as necessidades educacionais apresentadas por nossos estudantes. A preocupação inicial foi apresentar estratégias diferenciadas para inclui-los no ambiente escolar e, maiormente, nas práticas pedagógicas. Pois bem, conseguimos! Algumas estratégias, de imediato, ocorreram, tais como: redução de alunos na turma, agendamento de dias específicos para capacitação aos pais, estudantes e profissionais da educação do colégio, com o tema diversidade, acompanhamento do professor para auxiliar no desenvolvimento dos estudantes em questão e na orientação aos professores quanto à flexibilização curricular em sala de aula, etc.
Pois bem, deu tão certo que nosso colégio virou referência municipal, pois lutou incansavelmente para que houvesse na cidade, a equipe multiprofissional da área da saúde para atender estudantes que apresentam Transtornos Mentais, bem como para que o trabalho em Rede, de fato acontecesse. Neste ano, houve a implantação do Centro de Atenção Psicossocial a Crianças e Adolescentes. E agora, porque não dizer, referência nacional. Sentimos felicidade ao sabermos que nosso trabalho serve de espelho para diversas escolas de nosso país. Assim, podemos contribuir com o processo educacional. Há muitos estudantes que podem estar passando por delicados problemas referentes ao preconceito e pretendemos que tenham oportunidade de ser inclusos em seus contextos escolares.
Foi com este propósito que a professora Ana Floripes participou do Prêmio Paratodos de Inclusão Escolar. As atividades foram desenvolvidas dentro e fora dos muros de nosso colégio. Confira clicando aqui a divulgação do resultado direto do site do ParaTodos.
Crianças são como borboletas ao vento… algumas voam rápido… algumas voam pausadamente… mas todas voam do seu melhor jeito. Cada uma é diferente, cada uma é linda e cada uma é especial. (Autoria Desconhecida)
No dia 13 de Junho, a professora Ana Floripes foi convidada pela Câmara Municipal de Cianorte para falar sobre seus estudos e as atividades desenvolvidas na instituição escolar, para os vereadores e população que acompanharia a sessão na data citada. Na oportunidade, estudantes de nosso colégio fizeram apresentação musical, além é claro, da participação de alguns dos estudantes que serviram de inspiração para que a professora desenvolvesse o projeto. Abaixo, conferira a galeria de imagens deste evento. Repare no sorriso de felicidade de Maria Clara, que tem a síndrome de Down e na satisfação do Bruno Henrique Muniz Barbosa, com diagnóstico de TEA. É com este sorriso lindo, que ela vem todos os dias de manhã frequentar as aulas em nosso colégio.
Diversidade é tema destacado em sessão da Câmara
As apresentações não param por aí, no dia 03 de Julho, a professora participou da Reunião da Academia de Letras de Maringá, onde teve a oportunidade de apresentar um pouquinho do Projeto Identidade vs Preconceito. Recebemos um exemplar do livro Lixo! Aqui não! As aventuras de Nestor, da escritora Maria Cristina Vieira. Um belo livro!. E também, uma sublime poesia do poeta Roberth Fabris:
Um tempo de sonhar
Um tempo de sonhar Um tempo de sonhar e acreditar
Um tempo de retornar para o seu lar
Um tempo de navegar por entre as nuvens
Um tempo de colher as rosas do jardim a chorar
Um garoto com cabelos cor de ouro Um cachecol vermelho que voa em todo lugar
Uma raposa amiga que se esconde nas árvores para sonhar
Um aviador que quer novamente a sua nave de sonhos poder voar
Um tempo de infância sem guerra pra assustar Um tempo de viagem lunáticas que nos fazem o mundo conquistar
Um tempo de desenhar caixas de esperança para novamente viajar
Um tempo de ser criança e entregar uma rosa amiga para um baobá que é oráculo do verdadeiro conquistar.
Agradecimentos à Academia de Letras de Maringá e, em especial, à Darcy Berbert de Andrade, Maria Cristina Vieira, Roberth Fabris e Jeanette De Cnop.
Tapete de flores
Na época da primavera acontecem coisas extraordinárias na natureza e, em especial, no nosso colégio temos a nossa disposição o “tapete de flores” de sibipiruna. Para muitos, isso é considerado sujeira, bagunça e outros nem notam. É algo espetacular! Na verdade a vida é cheia de coisas bonitas, mas, infelizmente, muitos não se dão conta e nem sequer olham. Dizem que não têm tempo. É isso que não entendo. Penso que, se observarmos o lugar em que vivemos com outro olhar, iremos perceber uma grande diversidade. Ou seja, as belas e pequenas coisas sempre estiveram ali e a maioria das pessoas continua passando e não observando. A impressão que tenho é que não prestam atenção. Essa diferença não se limita apenas às aparências ambientais, mas, principalmente, à diversidade de pessoas. O bom é saber que com o passar do tempo elas adquirem conhecimento e mudam algo imprescindível para o desenvolvimento do ser humano: o pensamento. Assim aprendemos que a mudança de olhar faz toda a diferença neste mundo.
Autora: Izabela Renata Biazon, 13 anos. Ano letivo de 2014.
Poesia dedicada à Maria Clara Morezzi da Silva, em homenagem ao Dia Internacional da síndrome de Down, 21/03.
A Lua
Pessoas são como estrelas e as consideradas especiais por terem deficiência são como a lua. O céu é como o mundo. Se as estrelas não quiserem aparecer para ajudar a lua, ela se sentirá sozinha e ficará com medo, pois a noite vai se tornando cada vez mais escura e densa. Desta forma, ela vai ficando cada vez mais fraca e sem brilho. Mas se as estrelas aparecerem e ajudá-la, a noite se tornará cada vez mais CLARA, porque mesmo que o brilho das estrelas seja de pouca intensidade e como são muitas, o brilho será maior que a própria noite. Assim, a lua brilhará, mostrando a TODOS que com apoio conquistará seus sonhos e superará suas próprias expectativas para que um dia, possa também ajudar e, de fato, fazer parte do verdadeiro mundo em que vivemos.
Autora: Izabeli Renata Biazon, 13 anos. Ano letivo de 2014.
O nosso Colégio foi convidado para apresentar o Projeto Identidade vs Preconceito nos Rotarys. No dia 31/08/2016 a professora Ana Floripes e estudantes da turma do 2º Ano, Lavoisier estiveram no Rotary Clube Cianorte Furquim de Castro e 07/10/2016 no Rotary Clube Cianorte Cinturão Verde. Uma experiência muito gratificante!
Houve várias matérias divulgando o reconhecimento de nosso trabalho. Ficamos felizes! Seguem alguns links com informações que nos deixaram orgulhosos.
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Escola se mobiliza para falar de preconceito a partir de conteúdos do currículo
- Matéria do Jornal Tribuna de Cianorte, sobre a sessão da Câmara para decorrer sob o tema Diversidade
- Matéria do Jornal Tribuna de Cianorte, que fala sobre o prêmio recebido pela professora Ana
- No dia 04/06 a professora Ana Floripes e o estudante Roberto Gumieiro Junior participaram do programa Tarja Preta. Eles foram entrevistados sobre os resultados do projeto desenvolvido e premiado em nível nacional.
Um dos principais objetivos do projeto “Identidade vs Preconceito”, realizado pela professora Ana Floripes Berbert Gentilin e demais profissionais da Educação do Colégio Estadual Igléa Grollmann, foi o preparo de algumas turmas, que receberiam alunos novos, com necessidades especiais. Houve destaque de uma turma de 9° ano, que já continha uma garota com transtornos mentais. Várias atividades diferenciadas, avaliativas e extracurriculares foram realizadas com essa turma, a fim de fazer com que os demais alunos aprendessem a compreender e a respeitar a situação da tal garota e assim fossem capacitados, preparados para receber uma aluna com Síndrome de Down. Outras turmas também receberam alunos com transtorno do espectro autista, no turno vespertino. Com a chegada da professora de educação especial na escola, a conduta da garota com transtornos mentais melhorou muito, assim como o seu convívio com o restante da turma. Porém, devido à falta de atendimento adequado, ela teve um surto em sala de aula. Se não fosse a presença da tal professora, algo grave poderia ter acontecido. No momento do surto, os demais alunos permaneceram nos lugares e não houve tumulto, pois dias antes já havia sinais de que isso poderia ocorrer. Nada disso teria acontecido, se a garota tivesse sido atendida e acompanhada pela área da saúde, desde a infância. Como ela não teve essa oportunidade, o quadro da doença agravou e a deixou sem condições de voltar à escola, consequentemente, ela não se formará juntamente com os antigos colegas de classe. O projeto deu a oportunidade a vários alunos de conviverem com uma grande diversidade de situações, que encontrariam futuramente na sociedade. Daí a importância de todas essas atividades, que transmitiram o conhecimento científico aos alunos, capacitando e ensinando os mesmos a compreender e a respeitar essas diferenças. Tudo isso possibilitou à maioria deles crescimento pessoal, humanização e um rico conhecimento adquirido também por meio da convivência e experiência.
Texto redigido por Roberto Gumieiro Junior, 15 anos – Ano letivo de 2016.
Houve também a matéria especial realizada pela RPC TV Globo. Confira abaixo:
Aproveitamos o momento para agradecer especialmente à professora Ana Floripes e também a todos os envolvidos na execução das atividades do projeto Identidade vs Preconceito. Ele é inspirador! Esperamos que muitas crianças, adolescentes e suas famílias tenham a oportunidade de sentir o bem que a verdadeira inclusão escolar proporciona. Enfim, desejamos que seja cada dia mais comum vermos ações parecidas as que são desenvolvidas em nosso colégio e, sobretudo, que as atitudes de nossos estudantes sirvam de exemplo e motivação para caminharmos rumo ao processo de humanização. Sabemos que o futuro de nossa nação está diretamente ligado a eles e queremos que o preconceito seja apenas um dos assuntos a ser estudado, porém o que determinará se houve ou não aprendizagem, estará diretamente ligado aos comportamentos cotidianos. Temos clareza de que lutar contra o preconceito não é tarefa fácil e que o mesmo deve ser combatido diariamente com conhecimento científico e muita atitude positiva relacionada ao respeito.
Para finalizar, segue o vídeo com a apresentação da música: a moral, ética e lei, de autoria do professor Jhonatan Diogenes de Oliveira Alves. A mesma é resultado do trabalho sobre o conteúdo de Filosofia, a formação moral e ética. A querida estudante Maria Clara Morezzi da Silva participa de todas as atividades preparadas pelos professores. Agradecimentos aos estudantes do ensino médio e ao professor citado pela dedicação e amor a sua profissão. Muito obrigado!
Atualização
Movimento Pró-Capsi.
No ano de 2013 o Colégio Estadual Igléa Grollmann esteve entre as 20 melhores experiências no Prêmio Educador Nota 10 – Fundação Victor Civita – na categoria Gestão, com o projeto: Inclusão de alunos com transtornos globais do desenvolvimento.
O mesmo apresentou atividades curriculares, a limitação estrutural da área da saúde para atendimento e acompanhamento aos estudantes que apresentam transtornos mentais e a luta para implantação e implementação do Centro de Apoio Psicossocial infanto-juvenil no município de Cianorte.
Seguem links:
Saúde Mental – Igléa é um dos destaques em prêmio da América Latina
Inclusão educacional de estudante com transtornos globais do desenvolvimento no ensino regular
Governo recua e garante ao MP Inclusão de CAPS I no orçamento
“Filhos do crack” e ritalina marcam o cenário da saúde mental em Cianorte
Rapaz passa fome e esta largado à própria sorte
Morre mãe de Deivid, o rapaz que passava fome em Cianorte
Deivid, o rapaz que passava fome é acolhido em Cruzeiro do Oeste
Família vive drama para cuidar de gêmeos com transtornos mentais
Casos de violência extrema chocam comunidade escolar
Surto em sala: Professora quer solução para problema crescente
Saúde Mental: Comissão quer lei e dotação orçamentária
Dia Internacional da Síndrome de Down
Autismo é tema de Atividade no Igléa
Projeto Para CAPS I segue para Brasília
Prêmio Gestão Escolar 2016
Ações do Colégio Igléa Grollmann são destaque no Paraná
Ações pedagógicas fortalecem identificação com a escola
Dia 06/10 foi o dia de a escola receber os queridos amigos do Rotary de Cianorte. Eles convidaram os estudantes para participar do evento Pedalando contra a Pólio, no dia 16 de outubro, com o objetivo de alertar a população sobre o perigo da Poliomielite, ou paralisia infantil, uma doença que está prestes a ser erradicada no mundo, graças a um trabalho que vem sendo realizado há décadas pelo Rotary Internacional. Mesmo a doença estando presente hoje em apenas três países, ela precisa ser combatida em todo o mundo, pois o vírus que a provoca se espalha muito rapidamente, por isso ainda é necessária a sua vacinação.
Depoimentos
“Agradeço a atenção da escola para com nossa filha, Maria Clara. Ela foi muito bem recebida e sentimos felicidade quando a deixamos no colégio. Temos consciência de suas limitações. Todavia, a escola proporciona muitas atividades pedagógicas que valoriza sua potencialidade. O evento foi uma lição de amor, principalmente de como tratarmos nossos filhos e demais pessoas, sejam estudantes, adultos etc. As atividades nos desperta o que temos de melhor em nós.” Jurandir Bernardino da Silva, pai da estudante Maria Clara, 19 anos, com diagnóstico de síndrome de Down, da turma 2ª Série, Lavoisier.
“O Brasil é um país de diversas culturas. Eu sei disso, porque vim do norte do Brasil. No início foi bem difícil para mim. Uma ideia nova. Um lugar totalmente novo. Antes de vir para a escola, fiquei pensando, como seria recebida por todos, por ser diferente, por ser de outro lugar, pela minha aparência e ao longo do tempo, eu pude perceber que havia sofrido à toa. Antes tinha receio de sofrer bullying. Ao chegar, uma das pessoas que mais me ajudou a me socializar foi a Rafaela. Ela me ajudou conhecer a escola, as pessoas, a cultura daqui, os costumes. Logo percebi que havia atividades específicas sobre respeito. O projeto Identidade vs preconceito é conhecido pelos estudantes. Ele devia ser aplicado em todas as escolas tanto públicas quanto particulares. O respeito é algo que aperfeiçoaremos durante nossa vida e deve ser ensinado desde pequeno na escola, para que nos tornemos grande homens e grande mulheres.” Jordana Morais Souza, 14 anos, da turma 8º Ano, Adélia Prado.
“O trabalho realizado no ano letivo de 2016 com as turmas que tem estudantes com diagnósticos de Transtornos de Espectro Autista foi extremamente satisfatório. Eles apresentaram um crescimento social e intelectual impressionante. Outro aspecto que não podemos deixar de registrar é com relação ao projeto Identidade vs Preconceito posto em prática abordando o tema bullying. Percebe-se a mudança de atitude com relação ao respeito. Estudantes que em outras salas enfrentavam constantemente situações de humilhação, nessas turmas, encontraram espaço para serem respeitados. As atividades do projeto estão presentes em todas as turmas do Colégio.” Professora Marli Gorla, disciplina de Língua Portuguesa.
“O projeto proporcionou-me uma ampla visão sobre o tema bullying, mesmo sabendo que acontece diariamente, não tinha a dimensão da gravidade das consequências sobre danos causados. Nós, estudantes de nossa turma, quando estávamos gravando, tentávamos entender as mensagens, sofri junto e confesso que senti a carência dessas crianças e adolescentes de serem ouvidos. O que mais me chamou a atenção foi a fala do estudante Andrei Vinicius Cano, de 13 anos, que falou algo muito importante, ou seja, sobre o papel da família na educação dos filhos.” Nayara Bueno Sóta, 16 anos, da turma 2ª Série, Lavoisier.
“Nunca houve no mundo dois fios de cabelos ou grãos iguais. A qualidade mais universal é a diversidade.” Monalisa Cristina Cândido Silva, 18 anos, da turma 2ª Série, Arquimedes.
“Eu estudo na turma 8º Ano, Adélia Prado e convivo com duas pessoas que têm diagnósticos de Transtornos do Espectro Autista. No começo, antes de serem aplicadas as atividades do projeto, ninguém incentivava muito eles conversarem, daí não progrediam e nós, de certa forma, também não. Hoje tudo é muito diferente! Eu acompanho um colega, o seu nome é Luan, desde o 5º Ano. Ele não se comunicava. Hoje tem vários amigos e vivemos muito bem.” Willyan Henrique Zuffa de Sales, 13 anos, da turma 8º Ano, Adélia Prado.
“O evento foi maravilhoso! Na verdade não temos palavras para descrevê-lo. O trabalho da professora Ana Floripes e demais professores e funcionários do Colégio foi um divisor de águas na vida de nosso filho. A melhora no aprendizado foi fantástica, além dos progressos na área da interação social que, praticamente não existia e sofríamos muito com isso, até porque também não sabíamos lidar com a situação.” Andréa Aparecida Piron de Oliveira, mãe do estudante Luan, 14 anos, com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, da turma 8º Ano, turma Adélia Prado.